segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ser ou não ser clássico? Eis a questão.

O que é ser clássico? Não é ser velho, mas sim experiente. O clássico é previsível e estável. Você conhece seus limites e tem segurança de que, daquilo que ele é ou representa, ele não sairá. É um padrão.
O clássico demostra em seu visual de onde veio, pra que veio e quem o fez. Já o que é velho é o que é ultrapassado e totalmente sem proveito.
A desvantagem de se ser um clássico no mundo em que vivemos é que você é apreciado por poucos. Clássicos são pessoas que tem um bom conhecimento de fatos e história geral, que se especializam num determinado aspecto da história, ao ponto de acabar se apegando aos seus detalhes, e estes por fim fazendo parte de sua vida para sempre.
O grande problema é que a maioria não entende isso, e vive dizendo: Ah, esse Abner... Só você mesmo pra gostar dessas antiguidades... ou então: Lá vem o Abner com suas histórias... e aí  fica uma coisa chata porque se você está chamando a atenção à algo ocorrido ou vivido no passado, não é por que quer exatamente revive-lo, mas é por que viu uma paridade no que acontece hoje. E o objetivo de se estudar história é por que ela vive se repetindo, é baseado no que ocorreu no passado que viemos a entender o presente e saber o que esperar do futuro.
Sou um saudosista no que se refere a arte e design, mas isso não quer dizer que eu ache o que se tinha no passado mais eficiente do que se tem hoje.
Na realidade coisas desenvolvidas no passado, nem sempre se tornam totalmente obsoletas ou sem uso. Se tornam alternativas.
Por exemplo: A energia elétrica nos tornou reféns das hidroelétricas. A indústria automobilística nos tornou dependentes da grandes empresas petrolíferas. E o mundo da informática nos fez reféns da Microsoft.
Mas como as pessoas se viravam antes de haver estes avanços tecnológicos? Posso dizer porque vivi esta época:
As pessoas tinham mais trabalho, entretanto tinham mais tempo e compartilhavam mais. Hoje com tantas redes sociais as pessoas se conhecem cada vez menos e compartilham menos.
Também havia mais emprego e mais oportunidades de trabalho. Hoje com tanto estudo e com tanta tecnologia, vejo uma juventude com muito menos sonhos e perspectivas. Vivendo somente o hoje, sem saber como planejar o amanhã, assistindo passivamente a vida dos outros e não vivendo as suas.