domingo, 21 de junho de 2015

O Caminho do Designer Alternativo - 1 (Inkscape)


A coisa mais comum no mundo do design, são pessoas que desejam ingressar na área do design eletrônico e expressar sua criatividade fazendo trabalhos de qualidade, através de programas de editoração eletrônica com recursos avançados, efeitos especiais e funcionalidades gráficas, entretanto, sem ter condições de pagar pelos mesmos. Visto que na maioria dos casos estes programas tem um custo elevado, levando em consideração a situação econômica dos interessados, a solução adotada pela maioria é apelar para o software ilegal. As suítes mais procuradas são as do Corel Draw e da Adobe. Até mesmo a plataforma para rodar  os mesmos pode ser ilegal. Versões pirateadas do windows XP, Vista, Seven, 8... são tão comuns como notas de 2 reais.
Chega ser engraçado ver gente reclamando dos efeitos colaterais do uso do software ilegal: quebrar a cabeça atrás de seriais e geradores de senhas (patch, keymakers ou keygen) que por sua vez acabam minando a segurança dos sistema do usuário. Além do aborrecimento de bugs e problemas inesperados acarretados devido a ausência de atualizações.
Vejo vários sites e blogs que prometem por exemplo burlar o PROTEXIS (sistema que assegura a autenticidade do Corel Draw mediante a comunicação do software com a Corel, impedindo cópia salvamento e exportação de arquivos criados em cópias detectadas como piratas). Quando os usuários tentam desativar o protexis, a suite simplesmente para de funcionar.
 Eu não vou ser mais um que vai ficar chorando aqui e reclamando do alto custo destes recursos, e acusando os desenvolvedores de serem arbitrários, visto que seus proprietários tem vários motivos para manter os valores de seus produtos neste patamar. Mas também não vou deixar de dar uma solução alternativa para este desafio.
Como geralmente quem passa por este tipo de dor-de-cabeça é geralmente o designer iniciante, sugiro que comece pelos softwares alternativos. Sim, independentes!

  • INKSCAPE

E a maioria já sabe ou já ouviu falar deles, por exemplo: no caso do Corel Draw o programa alternativo gratuito que mais se próxima é o InkScape. "Ahh mas é limitado!" Tô até vendo sua cara de desaprovação. Mas, pense bem, você não está começando agora? Qual é o grau de conhecimento do Corel que você tem? muito pouco, não é? Numa situação como esta por mais que se argumente que o Corel tem mais recursos, você não saberá como tirar proveito deles, terá de aprender primeiro para poder fazer direito. Então porque não aprende primeiro com o gratuito? Por incrível que pareça, mas você aos poucos vai descobrir que são os mesmos recursos que o Corel apresenta, só que numa estrutura diferente. O resultado final será o mesmo. Por experiência própria posso dizer isto porque trabalho com Corel Draw ha mais de 20 anos, e com certeza o grau de aproveitamento da ultima versão do InkScape (0.91) é o mesmo de um Corel Draw 11.
Mas, "peraí"!? você pode estar pensando - Corel 11? Essa versão é de 2002 - 13 anos atrás! Pois é. Mesmo assim posso afirmar com propriedade que trabalhei com esta versão até 2009 criando panfletos, anúncios, banners, placas e cartazes com qualidade. E não há recurso na versão atual (X7) ausente na versão 11 que me force utilizar a versão X7, além da necessidade de abrir arquivos provenientes de clientes ou parceiros que a usam (na maioria das vezes ilegalmente). E o Inkscape incorpora justamente estas características.
Não vou desmerecer o Corel Draw de forma alguma. No meu trabalho uso uma cópia legal do Corel X7, e estou muito satisfeito. Mas e se não tivesse conseguido uma cópia legal? O Inkscape certamente não me deixaria na mão. Como de fato não me deixa.
Mas talvez você aponte uma deficiência real que há nele, e de certa forma até séria, no caso de quem vai trabalhar com saída para impressão gráfica (prepress). Trata-se da impossibilidade de pre-visualizar cores CMYK nos trabalhos feitos nele. Existe até mesmo como utilizar o perfil de cores para produção dos trabalhos com o padrão de cores próprio para impressão Offset e Serigrafia (silk screen), mas na tela você vê o preview em RGB. Mesmo assim é possível você selecionar o padrão CMYK na paleta fill e stroke, onde tem o perfil CMYK.
E poderá salvar no formato SVG. Também pode salvar seu trabalho em PNG e depois abrir no Krita e converter para CMYK ali. Ambos os programas são para linux. (Já falo nele). Uma outra solução seria salvar em SVG e abrir no SK1 (aplicativo linux) para conferir as cores.
Não vou enganar, isto são soluções burocráticas. Mas servem tanto para ajudar a desenvolver destreza técnica no manuseio das ferramentas, como também ajuda a ter uma idéia de como os efeitos podem ser aplicados em cada plataforma.
Por falar em plataforma, eu mencionei o linux um par de vezes. As vantagens de se usar uma boa distribuição linux como sistema operacional são um capitulo a a parte. Falarei sobre isto num próximo post. Mas posso assegurar que é um ambiente excelente para quem precisa começar desenvolver design mas não quer correr os riscos inerentes de usar um windows pirata (segurança fragilizada, instabilidade, falta de atualizações críticas, etc.) Os programas que citei rodam muito bem nele e com excelente desenvoltura.
Em suma, o conselho que dou é: se você tem dinheiro, tem um bom computador e tem pressa de se juntar ao clube dos usuários que gostam de ostentar suas criações feitas em suites da Adobe e da Corel - crie vergonha na cara, pague pela versão original e deixe de ser um marginal gráfico.
Mas se você não tem dinheiro, está começando, seu PC ainda não é lá estas coisas, mas você é criativo e gosta de aprender, então entre de cabeça no Incskape e no linux e não terá com o que se arrepender. Aí com certeza mais adiante quando você já tiver prática e estiver ganhando dinheiro com seus trabalhos, quem sabe queira comprar uma cópia original de uma destas suítes famosas?
Prometo que vou passar a dar dicas e tutoriais de Inkscape, Scribus, Gimp, SK1, Blender bem como utilização de Máquinas Virtuais, para mostrar que é possível ser um bom designer alternativo.